quarta-feira, 20 de setembro de 2017

DESNUDANDO-TE

Encarei-te de frente e de costas diante do espelho
Vermelho olhar em rubros olhos lacrimejantes que compartilho
Espartilho maldito que não saiu nem com dentes ou navalha
Canalha deste amante que não segurou o gozo e recitou mentiras
Catiras malfeitas em vesgos olhos caídos e versos trôpegos
Apegos de momentos que contrariariam Kant e nunca Adorno
Contorno de seios e colo atraídos por canções mudas e pernas contraídas que se fecham
Beijam-se flores e pássaros se beijam e se defloram pássaros e flores
Amores desnudados entre armários espelhos e camas maltrapilhas
Ilhas cercadas de líquidos jorrados mesmo na escassez de orgasmos
Pasmos inertes e mudos os gritos de prazer que a vida dá...

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